O ano era lá pelos 1999, 2000. Eu era um jovem de pouco mais de 20 anos, que abandonara há pouco a vivência diária dos fliperamas e trabalhava como cobrador de ônibus. Nos momentos de folga, curtia muito bem meu PS1 com seus mais de 100 jogos, uma bela coleção naqueles tempos alucinados dos CDs a "3 por 10 reais", que eram comuns nos camelôs. Sim, eu era feliz!
Minha vidinha ia tranquila até que num belo dia um certo colega, Rodrigo "Periquito", com quem eu não tinha assim muito contato ou intimidade, mas pertencente a um "clã" de grandes jogadores/aficionados do bairro em que eu morava, me aparece no portão. "Ôôôô Saaammmiiis". Por sorte eu estava em casa, e lá fui atender o rapaz, que era uns três anos mais jovem do que eu. Estranhei, pois ele estava sozinho e não tinha assim tanta amizade comigo, tínhamos mais eram amigos em comum.
Após os cumprimentos de praxe, ele me relatou sua triste história. O garoto, como disse um dos grandes gamers aficionados do bairro - eu, nessa época desacelerando, já não chegava à altura deles, mais preocupado que estava com trabalho, literatura e namoro - comprara, assim que fora lançado, um Dreamcast, o fabuloso lançamento da Sega que, após o ótimo mas conturbado Saturno, agora sim vinha com tudo sobre a concorrência. Tornara-se, assim, o primeiríssimo do bairro a possuir aquela Ferrari das joganças, fa